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Quarentena expõe fragilidade financeira das famílias.

Especialista em gestão financeira, Teka Rebouças, alerta que momento é crucial para rever gastos e inserir o hábito de poupar


Momentos de crises são considerados propícios para rever alguns hábitos. A pandemia do covid-19, além de expor a fragilidade das estruturas públicas, tanto na área da saúde quanto no quesito econômico e social, escancara a fragilidade financeira da maioria das famílias. A especialista em gestão financeira e contábil, Teka Rebouças, de Apucarana, afirma que a maioria das famílias não tem o hábito de poupar nem faz planejamento financeiro.A contabilista observa que 67% dos consumidores brasileiros não conseguem poupar. “Porém, esse hábito deve ser inserido na rotina das famílias. O ideal é 10% do valor do que se ganha, mas, caso não dê, é importante rever alguns gastos e poupar alguma coisa todo mês, principalmente quando se está fazendo a reorganização financeira”, recomenda. Os dados são da última pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC/ Brasil), divulgada em setembro do ano passado.Teka pontua outro dado da pesquisa. “Cerca de 70% das pessoas das classes C, D e E não conseguem poupar. Este índice cai um pouco entre pessoas de classes A e B, mas ainda assim 54% delas não poupam. Os dados nos mostram, de forma clara, que o brasileiro não tem o hábito de poupar, mas isso precisa mudar urgente”, afirma. A especialista em finanças acredita, de acordo com estudos realizados nesta área, que este hábito está associado à instabilidade financeira ocorrida antes do Plano Real (1994) e também ao confisco da poupança no governo Collor – os valores confiscados foram devolvidos. “Essas são algumas explicações, porém chegou a hora de rever esses hábitos e mudar o comportamento financeiro”, defende.Para começar, Teka recomenda fazer uma planilha mensal e anotar todos os gastos. “Com essa atitude fica fácil identificar onde o dinheiro é gasto, além de visualizar ainda compras desnecessárias. Ao colocar no papel, a nossa relação com o dinheiro começa a ficar mais clara, sendo possível identificar as falhas e, assim, corrigi-las”, avalia.Segundo a especialista, através do controle de ganhos e gastos, é possível estabelecer um novo comportamento financeiro para a família, definindo prioridades. “Sem prioridades, fica muito difícil poupar porque não se enxerga a razão de guardar dinheiro. Porém, a pandemia de convid-19 nos mostra a importância de uma reserva, seja para momentos como este, de desemprego ou até de insatisfação no trabalho, porque nos permite um fôlego para pagar as despesas essenciais”, diz.Teka deixa claro que reserva financeira não deve ser usada para férias ou para trocar o carro. “Férias e outros gastos devem ser inseridos no planejamento financeiro”, ressalta.

Como lidar com as dívidas 
Caso não tenha a reserva financeira, os boletos tendem a atrasar. Não tem jeito. Neste caso, a especialista em gestão financeira, Teka Rebouças, orienta, caso tenha bens em garantias, negociar até conseguir um valor que fique viável no orçamento. “Se não existe bens em garantias, geralmente os juros são mais alto, a sugestão é negociar e quitar tudo mediante bom desconto”, afirma.Agora, se a dívida virou uma “bola de neve”, Teka avalia que é melhor esperar para negociar. “Enquanto isso, seu nome vai ficar “protegido”, ou seja, com restrição, impedindo de fazer mais loucuras com suas finanças”.

Dez dicas para poupar

 1 - Faça uma planilha de gastos 

2 - Crie metas e limites para seus gastos
3 - Não comprometa mais que 30% do se rendimento com dívidas

4 - Pague contas fixas no mesmo dia

5 - Fale de dinheiro com sua família 
6 - Busque alternativas para incrementar a sua renda 

7- Diminua gastos (reveja planos de internet, tv por assinatura, salão de beleza, roupas...)
8 - Dê férias ao cartão de crédito 
9 - Se não quer gastar a mais do que o planejado quando sair, leve dinheiro invés do cartão
*Não faça isso agora, porque o dinheiro é uma fonte maior de contaminação 

10 - Avalie de forma racional se realmente precisa comprar algo ou se é um escape emocional ou ainda se pode pedir emprestado, caso seja de uso momentâneo.Por: Vanuza Borges