A psicóloga Ieda Assunção observa que crianças autistas costumam apresentar atrasos na linguagem, dificuldade de interação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento
Perceber logo nos primeiros anos de vida de uma criança sinais de autismo é essencial para um diagnóstico precoce, que possibilitará também intervenções adequadas para melhores prognósticos. Porém, uma das grandes dificuldades das famílias é conseguir identificar os comportamentos atípicos do Transtorno no Espectro Autista (TEA), que são tão diversos. A psicóloga Ieda Assunção, de Apucarana, frisa que alguns sinais costumam chamar a atenção e devem ser observados com cuidado, como déficits persistentes na comunicação e na interação social verbal e não verbal, padrões restritos/repetitivos de comportamento. “É comum também apresentar interesse fixo e anormal em um contexto, tema, objetos e/ou assunto, chamado hiper foco, o qual atrapalha e compete com a aprendizagem da criança. Um exemplo para ilustrar essa situação pode ser percebida em uma criança, de 2 a 3 anos, que sabe todas as bandeiras do Brasil, regiões do mapa mundial ou dinossauros”, comenta a psicóloga, que tem se dedicado ao estudo do autismo. Segundo Ieda, esse interesse restrito tende a causar problemas para a criança, pois ela acaba negligenciando outras habilidades, como a interação social com coleguinhas e realizar atividades. “As crianças, dentro do espectro autista, também costumam apresentar hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais, como cheiros, sons, texturas, imagens (ambientes) e sabores”, observa.
BEBÊS
Em bebês, a psicóloga Ieda, orienta observar alterações do sono, agitação motora, ausência de contato visual, isolamento, ausência da fala, da interação em pares, rigidez por rotina, hipotonia muscular, não responder ao nome (confundido com surdez), seletividade alimentar, brinca de forma atípica com brinquedos, apego a objetos incomuns (etiquetas, colheres), estereotipias motoras (balanceio de mãos, corpo) e de fala (ecolalia tardia, imediata ou mitigada).Assim que a família perceber estes sintomas comportamentais, a psicóloga sugere procurar um especialista para uma avaliação. “Nem toda criança irá apresentar todos esses sintomas, têm crianças autistas que falam, têm contato visual, entre outros comportamentos, mas apresentam outros sintomas como isolamento social e dificuldades para fazer amizades, assim uma avaliação por uma equipe especializada é fundamental”, pontua.Ieda observa ainda que não tem uma idade padrão para fazer o diagnóstico, mas quanto mais precoce, melhores serão os resultados das intervenções, o que possibilitará uma vida com mais autonomia para a criança.
DIAGNÓSTICO
Por outro lado, a profissional lembra que não há exames médicos que indiquem os sinais do autismo. “É uma condição do neurodesenvolvimento e, geralmente, o diagnóstico é feito por uma equipe formada por psicólogos, fonoaudiólogos, psiquiatra infantil, neuropediatra e terapeuta ocupacional, que juntos avaliam os comportamentos”, observa. Por Vanuza Borges
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